quarta-feira, 14 de abril de 2021

Imagens


 

Existem imagens e imagens. Ao contrário do que muitas seitas apregoam, nós Cristãos, não adoramos imagens, apenas as usamos como modelo e exemplo a seguir. Santos que durante a sua vida terrena deram mostra de virtude e boa conduta moral.

As imagens são simplesmente uma representação e uma lembrança daquelas pessoas: quando se ora diante de uma imagem, não se cultua o objeto, não se refere à materialidade da imagem, mas rende-se culto a Deus (culto de latria), a Maria (culto de hiperdulia) ou aos santos (culto de dulia).


Existem imagens e imagens. Uma grande parte das imagens pecam pelos rostos ou feições serem um pouco acriançadas. Há quem refira a passagem bíblica Se não voltardes a ser como as criancinhas, não podereis entrar no Reino do Céu.1, como justificação para essa feição ou rosto.

No meu fraco entender, essa passagem talvez queira dizer que devemos ser maduros, mas nunca perdendo o nosso coração de criança. Devemos ser mais maduros, diria até, mais amadurecidos com a vida e na vida, mas nunca perdendo o nosso coração puro de criança porque, quanto mais vazio e necessitado for o nosso coração, tanto mais Deus cuidará de nós, assim sinto.


Existem imagens e imagens. Esta especifica, denota essa maturidade do Santo em causa. Esta mostra-nos um olhar profundado e aprofundando na fé em Cristo. Um olhar de alguém que já foi um grande pecador mas que, semelhante há adultera, Jesus lhe sussurrou ao coração “Vai e não tornes a pecar.” Um olhar para O Altíssimo que também me faz lembrar as palavras de Paulo “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.”



Paulo Roldão

13 de abril de 2021


1São Mateus 18,3

segunda-feira, 12 de abril de 2021

São José

 



Em comemoração dos 150 anos da proclamação de São José como guardião universal da Igreja, pelo Papa Pio IX, o Papa Francisco deu um grande presente à Igreja, o “Ano de São José” através da Carta Apostólica Patris Corde Coração de Pai”. Esta Carta, como o próprio título sugere, é cheia de afeto. Nasce do coração paternal de Francisco, que deseja, por meio dela, chegar ao coração de todos os católicos, convidando cada um a conhecer melhor o pai adotivo (ou putativo) do Senhor e a sua importância no plano salvífico de Deus.

Há dias, quando entrei na igreja da paroquia onde resido reparei nesta sua imagem. Aliás, melhor dizendo, reparei neste pormenor desta imagem.

Presumo que possam existir dezenas, para não dizer centenas de imagens de São José. Umas com O menino e outras sem O menino, mas esta tem uma particularidade que me disse alguma coisa.

Nela podemos ver O menino repousando no braço de São José, enquanto segura na mão esquerda o “Mundo” aquele, do qual Ele virá a ser O Salvador. São José, paternalmente, encosta a sua cabeça há d`Ele. Algumas passagens bíblicas veem-me à ideia…

- (…) o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.”1.Apesar desta passagem estar ligada a outra situação concreta, não deixa de ser interessante ver que Jesus enquanto menino, teve onde reclinar a cabeça. Teve o ombro daquele que não temeu receber a Sua Mãe. Teve o ombro daquele que, seguramente, lhe deu educação, afeto e amor, durante muito anos.

- “Um dos discípulos, aquele que Jesus amava, estava à mesa reclinado no seu peito”.2. Neste caso, não é Jesus que reclina a sua cabeça, mas um dos discípulos que sossega a sua no peito do Senhor.

- “Jesus, à popa, dormia sobre uma almofada.”3. Não nos esqueçamos que a popa é o lugar de comando de qualquer embarcação. Jesus permanece, portanto, no comando da nossa vida, ainda que muitas vezes nem nos apercebamos da serenidade da sua condução. A presença da almofada na embarcação e do sono sereno de Jesus marcam bem o tom doce e tranquilo deste condutor diferente da nossa vida agitada. Não é a nossa agitação que conta, mas sim o seu sono tranquilo.


Ainda que de outra forma, contraria ao que nos é ensinado e explicado, também me vem há ideia aqueles momentos de escuridão e deserto da alma, nos quais nos sentimos sós, tremendamente sós e dizemos que Ele deve estar a dormir. Ainda que algumas vezes nós caiamos nessa tentação, como, de resto, sucedeu naquele tempo com os seus discípulos, de julgarem o sono de Jesus como indiferença, também hoje continuamos a julgar esse sono. No entanto, mesmo que Ele reclinasse a cabeça, vemos que nos tem debaixo da Sua mão protetora e O justo segura aquele que virá a ser a Justiça no fim dos tempos.


12 de abril de 2021

Paulo Roldão

1São Mateus 8-20/São Lucas 9-58

2São João 13-23

3São Marcos 4-35


quarta-feira, 7 de abril de 2021

Humilhação

 


O fariseu e o cobrador de impostos - Disse também a seguinte parábola, a respeito de alguns que confiavam muito em si mesmos, tendo-se por justos e desprezando os demais:

«Dois homens subiram ao templo para orar: um era fariseu e o outro, cobrador de impostos. O fariseu, de pé, fazia interiormente esta oração: 'Ó Deus, dou-te graças por não ser como o resto dos homens, que são ladrões, injustos, adúlteros; nem como este cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo quanto possuo.'

O cobrador de impostos, mantendo-se à distância, nem sequer ousava levantar os olhos ao céu; mas batia no peito, dizendo: 'Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador.' Digo-vos: Este voltou justificado para sua casa, e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado.»


Esta passagem bíblica matutou-me a cabeça durante a noite e principio da manhã. Entre a noite escura e o nascer do Sol mais um dia.

Depois de pensar ou ser levado a pensar, fez-me perceber que estas palavras ainda hoje estão válidas, como todas as outras das Sagradas Escrituras.

Ainda hoje os que se tem por justos (eu não me tenho como tal, confesso) e na linguagem dos nossos dias, não passam de hipócritas, de gente sem escrúpulos, de pessoas de mau fundo, que desprezam os demais. Ainda hoje, até mesmo na zona onde podemos residir, existem irmãos em Cristo (sim irmãos, porque também foram batizados) que falando alto e em bom som, vão julgando os demais (muitas vezes inocentes), de factos quem nem estes sabem.

Vão lançando em terra árida, sementes de incerteza e duvida. Vão envenenando aguas salobras. Vão minando os campos há volta daqueles que se deixam ir em cantigas daquele que apenas quer o nosso mal.

Já os cobradores de impostos, muitos deles sem o sentirem, não conseguem ouvir a oração interior do fariseu. Apenas Deus Ouve e apenas Ele poderá fazer justiça.

Como humanos e pecadores, vezes sem conta somos tentados a querer que a Sua justiça seja breve e rápida. Que a Sua justiça seja igual há nossa, que seja como no Antigo Testamento “Olho por olho, dente por dente.” e “Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo”. No entanto, Jesus veio dizer-nos o oposto. Veio dizer-nos para oferecermos a face esquerda e amar os nossos inimigos e aqueles que nos perseguem.

Num tempo de falsidades atrozes, onde os fariseus são vistos como profetas, quão difícil é Senhor ser um simples cobrador de impostos.

A esperança daqueles que dizem: 'Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador.' está n`Ele, apenas nos esquecemos que o Seu tempo é diferente do nosso. Apenas nos esquecemos que a Sua justiça até pode não ser neste mundo.

Peço-Te Meu Senhor e Meu Deus, dá-me forças suficientes para saber levar a minha cruz e aceitar todas as humilhações a que sou sujeito, para que um dia, caso seja digno, possa ser exaltado.


Paulo Roldão

6 de abril de 2021


Cristão

 


Há dias dei por mim a pensar sobre quem seria mais Cristão.


Se seria aquele irmão que foi ao Vaticano, viu o Santo Padre e até foi numa altura em que quase lhe tocou; se seria aquele irmão que fez uma Peregrinação a Jerusalém e até foi com um guia credenciado para tal ou se seria aquele piedoso irmão que, residindo no Corvo (por exemplo) nunca de lá saiu, mas que todos os dias ia conversar com o Nosso irmão mais velho junto ao Sacrário, rezava o terço diariamente (fervorosamente uns dias e noutros a aridez apoderava-se dele, mas não deixava de o rezar) e até assistia a todas as celebrações litúrgicas presididas pelo sacerdote que celebrava o Santo Sacrifício da missa?


Ao olhar materno de Deus, seguramente que qualquer um dos três estão em pé de igualdade. Aquele piedoso irmão que foi ao Vaticano ou aquele piedoso irmão que fez uma peregrinação a Jerusalém, ambos, também indo todos os dias conversar com o Nosso irmão mais velho junto ao Sacrário, rezar o terço diariamente (fervorosamente uns dias e noutros a aridez apodera-se deles, mas não deixam de o rezar) e até assistem a todas as celebrações litúrgicas presididas pelo sacerdote que celebra o Santo Sacrifício da missa, tal como aquele piedoso irmão que, residindo no Corvo, nunca de lá saiu.





Paulo Roldão

5 de abril de 2021


domingo, 27 de dezembro de 2015

A minha Família Sagrada




O nosso filho, como qualquer filho, cresce depressa demais, mas será sempre o nosso "menino" e esperamos diariamente que cresça, não só em estatura e sabedoria diante dos homens, mas principalmente em Graça diante de Deus.
A mãe, como qualquer mãe, muitas vezes colocando "nas mãos" de Nossa Senhora toda a sua vida, ora para que ele siga sempre o caminho correto, o Caminho do Senhor, guardando tudo o que ele faz, tudo o que ele diz e não diz, no seu coração.
O pai, como qualquer pai, tantas vezes que faz-se forte, mas no centro da alma "sofre" em silêncio, as dúvidas e anseios, próprias do crescimento, mas pedindo sempre a intercessão da Sua e Nossa Mãe Maria Santíssima e que “Jesus, Filho de Deus Pai, tenha piedade e misericórdia dele, pecador”…como TODOS NÓS.
  
27 de Dezembro de 2015

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Segredo



O segredo para que a pequenez dos botes baleeiros se sobrepusesse à grandiosidade das baleias